sábado, 30 de outubro de 2010

Na Falta de Assunto: ReStArT (e CIA)

Por Humberto Rodrigo


É, não que nessa semana não tenha acontecido nada de útil (para eu me prestar a escrever sobre Restart, é se deduzir isso). No entanto, fora uma semana bastante corrida, trabalhos da faculdade, leituras... Nesses momentos nada melhor pra relaxar que deitar na cama como uma boa banda zoando no player. Putz, Legião, Engenheiros, Capital, Radiohead... O problema é que na casa ao lado, a casa da minha vizinha de 12 anos, rolava ReStArT. Coisas desse tipo me trazem uma enorme tristeza: “o poeta” se foi a 11 de outubro de 1996, a esse ano eu tinha quase 10 anos, mesmo assim já escutava Legião Urbana (obviamente que não com a criticidade que de hoje em dia, mas já ouvia). No inicio dos anos 2000, com o amadurecimento natural, já captava as sacadas genais do poeta, e as entrelinhas de cada música. Ouvir Legião Urbana era como um estado de orgasmo intelectual, cada faixa, cada acorde invadia-me com o peso de UMA LEGIÃO.
Ah, bons tempos aqueles. Mas então chegamos ao final da primeira década do século e com ela surge uma nuvem de bandinhas “happy”, com roupas que quanto mais ridículas mais parecem fazer sucesso; com um som estritamente comercial dotado de duas estrofes pequenas e um refrão grudento que tenta de todas as formas (e em todas as músicas) rimar “amor” com “dor”. Não bastasse isso eles realmente acham que tem identidade e pior, os fãs deles – público infanto-juvenil – também acreditam que eles têm identidade. A geração Restart, Cine, NX 0, Fresno e tantos outros, é a geração da transgressão, mas não aquela transgressão pregada pelo rock dos anos 60, 70 e 80. É a transgreção do próprio rock: a ausência de um paradigma, de uma causa pela qual lutar. É o rock “água-com-açúcar”, sem profundidade e nem densidade. Letras que falam muito mas não dizem absolutamente nada, que não necessita de uma mínima reflexão sequer. É algo posto e imposto pelas gravadoras e redes midiáticas, que exploram esse mercado infantil até a última gota. Em recente pesquisa divulgada pelo IBGE, mostrou-se que 7 em cada 10 pais brasileiros, permitem que suas crianças escolham o que vai vestir e comprar. São crianças que estão se sobrepondo aos pais e cada vez mais realizando suas vontades. Ora, sabidamente todos os nossos desejos nos são exteriores (uma vez que não temos idéias inatas, só podemos desejar aquilo que conhecemos), e assim sendo, o apelo visual. E o que isso tem a ver com essas bandas? Simples, olhem bem os trajes desses seres: tudo muito colorido, tudo muito chamativo, exatamente o que criança mais gosta. Vai além: todas essas bandas têm uma “marca”: os clipes do NX 0 são cheios de “caras e bocas”; o Fresno da interação entre os músicos sempre cheios de muito abraço e misturando clipes com shows; o Cine... Bem, o Cine... Ééé... Humm... Enfim, dessas a mais notória (e vexatória) é a do Restart, que são as roupas extremamente chamativas e a idéia de chamá-los entre si, e aos seus fãs, de “família”. Não acredito que eles dominem muito bem esse conceito.
Meu fiel amigo leitor, confesso que este texto não foi tão bem embasado – se bem que, há de convir comigo – em se tratando do tema em questão, não se tem tanta necessidade de se ir tão à fundo. Por um longo tempo da minha vida, cheguei a pensar que músicas como as de Renato Russo e Cazuza, seriam eternas. Todas as gerações iriam conhecê-las e a reverenciá-las como as gerações imediatamente anteriores. Contudo, conforme o tempo vai passando, começo a achar que pertenço á última geração que “se salvou”; à última que conheceu e curtiu, como um todo, esses gênios da musicalidade. Conforme o tempo vai passando, me sinto cada vez mais como “o último dos moicanos”.

domingo, 24 de outubro de 2010

ENSAIO SOBRE A EXTINÇÃO DOS PARTIDOS

Por Humberto Rodrigo


E se não houvessem partidos políticos? E se a as campanhas eleitorais não dependessem mais de coligações estrategicamente montadas? Teríamos, então, uma possibilidade de uma diminuição da corrupção; do acobertamento político? Seria como um sonho onde a ética finalmente prevaleceria? Eis a questão.
Não restam dúvidas de que os partidos políticos são uma base muito forte de apoio aos pretendentes a quaisquer cargo. Mas que uma mera base eles são quase indispensáveis na maioria dos casos. No entanto, a função que o partido político adota, muitas vezes poda ao candidato e amedronta ao eleitorado. São alianças às escuras e que, em verdade, ninguém entende realmente como se deu; Ideologias que vão se transmutando através do tempo e por aí vai. Venho me questionando sobre a necessidade dos partidos políticos, já de um tempo. Nessas eleições, o questionamento ganhou corpo e tronou-se quase tangível.
Notoriamente a sigla de determinados partidos, e suas ideologias, aterrorizam e angustiam o eleitorado. Por outro lado, o partidário está preso por um vínculo, vínculo esse que é contratual, ao seu partido. Sendo assim, esses dois casos geram duas problemáticas, e tudo isso por conta de uma simples sigla, por isso este ensaio tencionado e incitando o debate a respeito da necessidade de existência dos partidos políticos. Raciocinem comigo: 1º CASO- como dito anteriormente certas legendas partidárias causam enorme pavor na população eleitoral. O problema gerado, nesse caso é: muitas vezes vemos o político mais preparado no nicho da legenda que mais causa angustia nos eleitores. Então, por conta do receio da legenda, esse candidato, notoriamente mais preparado que seu adversário, se vê alijado desses votos pois o eleitorado receará ao partido. 2º CASO- todos os partidos têm seus correligionários. Esses, por sua vez, em geral, têm carteirinha direito material de campanha e por aí vai. O que acontece nesse caso é: não é da natureza dos partidos brasileiros realizarem prévias eleitorais para decidirem quem serão seus candidatos. Estes são decididos pelos “caciques” dos partidos e isso gera o desconforto de que, ainda que os correligionários não comunguem da decisão dos caciques mesmo assim terão que votar, pois estão ligados ao partido por eles serem o partido. E isso não se justifica apenas na decisão dos seus candidatos: é na escolha do vice; na decisão de formar uma chapa com outro partido; ou até mesmo em um possível apoio de um candidato de outro partido.
Estes infortúnios nos fazem refletir a respeito da formação partidária e, na verdade, sobre o imperativo de se ter de existir a própria formação partidária. Mas não são apenas aqueles dois casos que poderiam ser ressaltados: hoje, o STE entende que o voto é do partido e não do candidato (entendimento esse do qual discordo) e, dessa foma, quando um candidato de um partido é eleito com uma quantidade substancial de votos considera-se o montante necessário para ele ser eleito e o excedente vai para outro candidato do partido, elegendo-o assim. Exemplificando: suponhamos que determinado estado tenha direito a 3 cadeiras no senado. O senador do Partido A foi o primeiro colocado nas eleições e obteve 300.000 votos; em seguindo veio o do Partido B 270.000 votos; depois o do Partido C 180.000 votos e o quarto colocado nas eleições, também do Partido A, ficou com 170.000 votos. No entanto, como o primeiro colocado (do Partido A) teve um excedente de 30.000 votos sobre o segundo colocado, esse montante a mais vai para o quarto colocado (também do seu partido) e essa migração de votos fará com que este supere o terceiro colocado. Suponhamos que ele – o primeiro – “doe” 20.000 dos seus votos: o, até então, terceiro permaneceria com seus 180.000 votos enquanto que o quarto iria para 190.000 votos. Logo a democracia está sendo violada, uma vez que o candidato mais votado pelos eleitores não foi o que de fato foi eleito na contagem final dos votos. Sem a existência do partido, o candidato mais votado seria o que de fato assumiria o cargo, sem migração, sem “doação” de votos. Afinal o que esperamos de uma eleição é que o mais votado pelo eleitor, saia como vencendor. Mas um problema referente aos partidos é questão das alianças em cada estado. É super estranho ver que um estado dois partidos se auxiliam mutuamente e em outro se digladiam reciprocamente. Sim, sei que tem a tal Lei da Verticalização e tudo, mas, sei que posso estar sendo míope, não tenho visto tanta eficácia assim. Um exemplo bem nítido foram as eleições para os governos estaduais no Rio de Janeiro e na Bahia. Enquanto no estado fluminense PMBD e PT eram aliados na Bahia eles combatiam entre si (absolutamente nada contra, ou a favor, esses dois partidos. Se os citei foi porque foi o único exemplo que me veio à mente). A Verticalização entrou para o hall daquelas leis que “não pegam”? Ainda que não, acho que o problema é da estrutura política. E vos digo mais, caro leitor: em certa medida, acho até que o fim dos partidos poderia ajudar a reduzir a corrupção. O que acontece quando um congressista está sob convocação para depor em uma CPI (Comissão de Investigação Parlamentar)? A sua base aliada se mobiliza e veta a sua convocação. Sem base aliada (aliás, na verdade, sem base alguma) como é que esse indivíduo se livrará da investigação? Sim, meu bom leitor, sei que é possível, mas é imensamente mais difícil. A câmara federal conta hoje com 513 deputados, para um desses ser caçado é necessário que 2/3 (salvo engano) da casa vote a favor de sua cassação. Como o voto partidário é um voto em bloco, todos os membros da legenda, e da base de aliada do partido, votarão contra a sua cassação. Na campanha individual será imensamente mais complicado, que esse mesmo deputado, consiga o apoio necessário para evitar a perda do mandato.
É, mas como diria o poeta: “nem tudo são flores”. Obviamente não seria uma solução simples: extinguimos os partidos e aí está tudo bem. A solução vai bem mais longe que isso. Digo mais: na verdade a extinção completa dos partidos políticos geraria, também, um grave inconveniente: a criação de uma elite eleitoral. Porém, quando me refiro a “elite eleitoral” não me refiro, qualitativamente a essa elite, de forma que seriam os melhores governantes. O que haveria, em verdade, seria o predomínio de uma elite financeira nos cargos governamentais. Sim, porque, uma vez que as campanhas seriam bancadas, agora, pelo próprio bolso do candidato, terminaria que aqueles que são mais abastados financeiramente, largariam “dois passos” à frente daqueles que não são detentores do capital. Não resta a menor dúvida que a não-existência do partido político traria enormes benefícios, no entanto a questão é muito mais complicada que meramente abdicar da legenda. Contudo, fica aí em suspenso o debate. A extinção do partido é “o” caminho a ser seguido? Com toda certeza que não, mas ao menos é “um” caminho a ser analisado.

sábado, 23 de outubro de 2010

O Devaneio

Por André Andrade



Todos alimentam frutos
Esperando colher futuros
Constituem projetos de vida
Atrás da felicidade perseguida

Pra isso tomamos medidas
Que se instituem em alternativas
E no risco da aparente facilidade
Periga a sensação do inatingível

Atos em dissonância com a realidade
Formam a miragem do transponível
Almas vagueiam por universos
Perturbadas, as linhas destes versos


O discurso que persuade
Mas o tempo já é tarde
Não foi por não acreditar
Que as palavras não ecoaram no abismo


De que modo se persegue os sonhos?
Sóbrio e inebriado por alguma lucidez
Ou anestesiado numa mortalha irrompível?
Não podemos curvar-se à inércia do inatingível


Sólida a imaginação que trai
Líquida a concretude que se esvai
E a potência da vontade
Arrefece diante da necessidade


A dedicação exige disciplina
A alucinação exige aspirina
Despertar de uma vigília onírica
Exige articulação empírica.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

A Geração ReStArT

Por André Andrade


No meu entender, o que Renato Russo queria dizer ao falar de uma geração coca-cola era justamente criticar a formação de uma futura geração moldada por uma concepção consumista importada dos USA que desde pequeno comem lixo industrial e comercial, só que chegaria o dia em que os filhos deles cuspiriam o lixo de volta em cima de vocês (imagino que esse “vocês” se referia aos Yankees). Contudo, esses filhos da revolução seriam os burgueses sem religião e o futuro da nação, ou seja, uma reprodução de todo esse ideário consumista. Entendo que a geração coca-cola a que se referia Renato Russo era uma baita de uma crítica a futura geração que se via no horizonte de fins dos anos 80 e começo dos 90. Uma profecia que o Russo só errou o nome, pois o tecnoteen engoliu o fenômeno coca-cola.

Conviria chamar essa geração coca-cola de geração RESTART, essa geração efervescente, animada, alegre, que começa a executar um monte de besteirol ao mesmo tempo e aí....trava!!! Mas isso não é tipo um @problema, pois eles têm um botão de reiniciar, de “restartar”, e aí começa tudo de novo, antes disso, dá um tempo pra garotada alisar o cabelo, baixar as calças até o meio da bun.. e agora sim, viva a nova cara da nação, um monte de balões coloridos (ou escuros, se preferir) cheios de nada!!!

São esses os filhos da revolução, burgueses que acham um público que gostam de fazer coraçõezinhos com a mão, que só prefere sentir, dizer e você, você, você (diacho de tanto você), e numa melancolia emocional, só falam do amor-ficar e que só ela/ele pode me salvar...e o conto de fadas está composto por um mundo que foge da realidade social brasileira. Some-se a esta nova ordem teen os romances de Stephenie Meyer que prega a ilusão de um amor incondicional e eterno, com a velha estratégia do triangulo amoroso pra ter um toque de intriga, e se está tudo muito colorido, existem outras opções como o estilo gótico de Fresno que como alertou o caro Humberto, em conteúdo não muda nada, só fica tudo meio nublado, e chato é que o lápis passado nos olhos sempre mancha a maquiagem que expressa a tristeza existencial de num ter o que fazer...opa, mensagem de erro, alguma coisa está incompatível com a realidade, algo não está condizendo com aquilo que a gente realmente vive, mas eis que surge o botão da nova geração, e tudo vira flores novamente.

Lobão expressou sua agonia com a nova geração ao dizer que era do tempo em que bandas como o Restart eram mais engajadas politicamente. Vamos dar um desconto e dizer que naquela época tinha-se a ditadura, abertura política e tudo mais, e deduz-se que em tempos de conflito toda forma de arte se engaja mais na crítica ao sistema opressor. Porém, essa galera está flutuando muito, balões que estão viajando em direção a atmosfera e é claro que a pressão vai aumentar e vai tudo estourar. Dá até pra relacionar isso com a agonia de Marx ao ver os pensadores alemães se deliciando na confortável atmosfera metafísica, e deixando de olhar o mundo concreto. Marx, alemão, tece uma crítica ferrenha aos seus compatriotas que enquanto ficam pairando nas nuvens, a França revoluciona sua estrutura social, modificando-se, a Inglaterra revoluciona sua estrutura econômica, modificando-se, e os alemães ficam parados submissos à ilusão metafísica-teológica esperando que a mudança venha dos céus.

No nosso caso, a geração Restart vem pregando uma realidade que não existe, letras de músicas que não retratam a nossa realidade, o nosso mundo em concretude, vivido (e sofrido) diariamente. Parece que eles estão assentados numa esfera superior, e são insensíveis aos nossos problemas sociais. Direciono minha crítica não só ao Restart, ao Fresno, como também ao Sertanejo que se propaga atualmente, pra não falar da linha do Arrocha tão bem representada pela Bahia. Do amor-sexo ao amor-ficar, essas letras falam de coisas que formam uma conjuntura que podemos denominá-la de geração RESTART.

Podemos até nos perguntar porque bandas dessa estirpe estão fazendo sucesso atualmente, e é claro que na resposta a essa pergunta se encontra o fator demanda de mercado. Mas, como é que uma geração que curtia MPB, Legião, Paralamas, Capital Inicial, pare (do verbo parir) uma geração que demanda novos gostos digamos, sem sentido nenhum? Não quero generalizar nada, e dizer que a geração anterior não teve suas bandas sem-noção, não se reprima, não se reprima, e me desculpem aos fãs destas bandas a qual classifico de sem-noção, me desculpem também a paródia com um certo professor, mas se juntar tudo num lugar e rumar uma bomba, não vai fazer diferença ( coloco as mãos no rosto pra não receber as pedradas). É porque simplesmente não consigo entender, (eu sei que um monte de menina vai chorar, choraram até quando os caras deram um bolo num show, imagine...) gosto é gosto, não se discute, mas atualmente no cenário nacional, não existe nenhuma banda no estilo pop/rock com letras voltadas para o mundo dos humanos (e as antigas que ainda existem já deram que tinham de dar) e o que me preocupa é que isto está se alastrando em todo o contexto literário, musical, virtual, e o que era pra ser efêmero, vive agora reiniciando, e travando.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

EU SOU UM FRACASSO

Por Humberto Rodrigo

Eu confesso: EU SOU UM FRACASSO! Sim, eu fracassei, mas não por falta de luta, não por resistência, mas entendam: NÃO DEU. E no final das contas, sem querer me eximir da culpa, a responsabilidade é toda de vocês. Eu alertei, eu chamei a atenção no texto QUEM SÃO ELES? QUEM ELES PENSAM QUE SÃO? Eu disse que era para vocês ficarem alertas, mas vocês me deram atenção? Não, ninguém quis me ouvir agora lamentem: Tiririca, o deputado mais votado (em números absolutos) do Brasil. É inacreditável como o brasileiro não aprende a votar. E não adianta em falar consciência política; em politização das classes ou qualquer coisa nessa linha. É um comentário realmente lamentável, mas to começando a achar que o “dedo podre” do brasileiro, para a política, é de ordem genética. Só pode ser.
Após a eleição constatou-se que o senhor Francisco Everardo Oliveira Silva conseguiu inimagináveis 1.3 milhão de votos. Acho que, mais que um voto de protesto popular, esse foi mais um caso do típico: “votarei nele porque sei que ele não vai ganhar mesmo”. Pois está aí o resultado: se vocês votarem, ELE GANHA, e foi exatamente o que aconteceu: agora teremos um palhaço semi-analfabeto legislando em esfera federal. Mas há o lado positivo nisso: finalmente teremos, cada um de nós, o vale-piada e assim seremos definitivamente o povo mais feliz do mundo e tudo isso com o apoio de vocês, 1.3 milhão de eleitores e graças ao palhaço-deputado (ou deputado-palhaço, como preferirem). Palhaçada maior que eleger o palhaço – peço perdão pelo trocadilho – é a Weslian Roriz ir para o segundo turno para as eleições governamentais no Distrito Federal. Ah, vocês não sabem quem é Weslian Roriz? Exatamente: NINGUÉM sabia quem era essa figura exótica até ela abocanhar significantes, e incríveis, 30% dos votos na referida unidade federativa. Talvez o sobre nome dela traga alguma lembrança. Não se enganem: sim, ela é esposa do corrompidíssimo Joaquim Roriz que, para fugir à teia da lei “Ficha Limpa” fez nada menos que ceder à mulher dele o posto de candidata ao governo. Uma mulher que nunca na vida fez coisa alguma relativo à política. Que o único contato entre ela e política se dava pelo fato de ela ser casada com um governador, e só. Mas faço uma ressalva quanto ao caso Roriz: nesse caso, em particular, não sei se deveu mais pelo analfabetismo eleitoral do povo, ou se por incompetência dos seus adversários políticos. Por que, uma mulher que vai à televisão fazer um discurso vexatório, nitidamente manipulada pelo marido – que seria quem de fato mandaria no DF uma vez que, como já dito, esta cidadã nunca teve nada com política – e ainda assim consegue ir ao segundo turno, com uma percentagem bastante razoável de votos, é de se perguntar quem foi mais incompetente, politicamente falando. Daqui a 4 anos, desse jeito, teremos novamente um Roriz na cadeira do governo no DF.
Peço perdão aos caros leitores, principalmente se for um que se sentiu atingido por este texto, mas chega a ser indignante ver figuras esdrúxulas como essas, assumindo papeis de suma importância para o desenvolvimento do país. Parece que as pessoas não se tocam, a cada 2 anos vão às urnas eleger uma legião de corruptos e despreparados. São coisas desse tipo que nos fazem pensar se a democracia é realmente a melhor forma de governo, para o caso do Brasil especificamente falando. Isso porque é notório a falta conhecimento mínimo para decidir entre um candidato e outro, sendo que muitas vezes essa decisão é tomada minutos antes da escolha. Mas isso é tema para “outro fim de tarde”. Por hora termino com a célebre frase: “cada um tem o que merece”. Weslian Roriz e Tiririca é o se que tem para hoje.