sábado, 23 de outubro de 2010

O Devaneio

Por André Andrade



Todos alimentam frutos
Esperando colher futuros
Constituem projetos de vida
Atrás da felicidade perseguida

Pra isso tomamos medidas
Que se instituem em alternativas
E no risco da aparente facilidade
Periga a sensação do inatingível

Atos em dissonância com a realidade
Formam a miragem do transponível
Almas vagueiam por universos
Perturbadas, as linhas destes versos


O discurso que persuade
Mas o tempo já é tarde
Não foi por não acreditar
Que as palavras não ecoaram no abismo


De que modo se persegue os sonhos?
Sóbrio e inebriado por alguma lucidez
Ou anestesiado numa mortalha irrompível?
Não podemos curvar-se à inércia do inatingível


Sólida a imaginação que trai
Líquida a concretude que se esvai
E a potência da vontade
Arrefece diante da necessidade


A dedicação exige disciplina
A alucinação exige aspirina
Despertar de uma vigília onírica
Exige articulação empírica.

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