Por André Andrade
Meu olhar andarilho esbarra-se nas esquinas
Encontra pessoas acomodadas no chão e sob o teto estelar
Um olhar que caminha transpondo o que se vê
Mas não deixa de olhar para trás e se perguntar por quê?
Um palhaço sobe no ônibus e clama atenção
E com um sorriso forçado nos conta sua tristeza
Triste criatura que depende da caridade alheia
A pervesidade do acaso lhe impôs esta condição
As vezes, dá um aperto no coração
De pensar no infortúnio das pessoas
Do sofrimento diário, dessa esperança libertina
Que já não esconde o futuro sem novidade
Por vezes, há de endurecer o frágil coração
Para que não nos desesperemos
Diante desta situação que suga a lucidez ao fundo
Fundo de chão rachado, sertão no mundo
A terra de gente seca invoca aos céus
Por respostas de porque não ter o que comer
A ponto de retirar-se do solo batido
E encarar o asfalto áspero com os pés carcomidos
Um rapaz pede ajuda, uma intera para a graxa
Fazer brilhar os pés do cliente, curvar-se à vaidade
Para juntar dinheiro, e comprar uma sandália
Anda a cidade toda, fugindo da miséria
Que faz ponto nas esquinas
Ignorando a arrogância dos viventes
Perseguindo sem tréguas os que teima em sobreviver
Um pequenino a guiar um cego pede licença
Educado menino que demonstra a feitura das pessoas
Seres movidos por vaidade, repulsiva vaidade
Que só a terra há de aceitar sem regugitar.
Meu eu-lírico digladia-se com meu eu-mundo
Por que tem sido assim?
Por que Eros prevaleceu
E o Ágape empalideceu?
Essas dores errantes, atravessando nossos olhos
A todos instantes, perâmbulos afoitos
Sem achar a razão dessa situação dilacerante.
Meu olhar andarilho esbarra-se nas esquinas
Encontra pessoas acomodadas no chão e sob o teto estelar
Um olhar que caminha transpondo o que se vê
Mas não deixa de olhar para trás e se perguntar por quê?
Um palhaço sobe no ônibus e clama atenção
E com um sorriso forçado nos conta sua tristeza
Triste criatura que depende da caridade alheia
A pervesidade do acaso lhe impôs esta condição
As vezes, dá um aperto no coração
De pensar no infortúnio das pessoas
Do sofrimento diário, dessa esperança libertina
Que já não esconde o futuro sem novidade
Por vezes, há de endurecer o frágil coração
Para que não nos desesperemos
Diante desta situação que suga a lucidez ao fundo
Fundo de chão rachado, sertão no mundo
A terra de gente seca invoca aos céus
Por respostas de porque não ter o que comer
A ponto de retirar-se do solo batido
E encarar o asfalto áspero com os pés carcomidos
Um rapaz pede ajuda, uma intera para a graxa
Fazer brilhar os pés do cliente, curvar-se à vaidade
Para juntar dinheiro, e comprar uma sandália
Anda a cidade toda, fugindo da miséria
Que faz ponto nas esquinas
Ignorando a arrogância dos viventes
Perseguindo sem tréguas os que teima em sobreviver
Um pequenino a guiar um cego pede licença
Educado menino que demonstra a feitura das pessoas
Seres movidos por vaidade, repulsiva vaidade
Que só a terra há de aceitar sem regugitar.
Meu eu-lírico digladia-se com meu eu-mundo
Por que tem sido assim?
Por que Eros prevaleceu
E o Ágape empalideceu?
Essas dores errantes, atravessando nossos olhos
A todos instantes, perâmbulos afoitos
Sem achar a razão dessa situação dilacerante.
Parabéns! Excelente texto!
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