sexta-feira, 3 de setembro de 2010

QUEM SÃO ELES? QUEM ELES PENSAM QUE SÃO?


Por Humberto Rodrigo


Assistindo ao horário político e mentalizando sobre uma música do Engenheiros, me Vem a questão: QUEM SÃO ELES? QUEM ELES PENSAM QUE SÃO? É incrível como algumas músicas nos despertam a capacidade de mentalizar sobre a realidade atual em que estamos inseridos. Em tempo de eleições uma horda de pseudo-celebridades que nunca participaram sequer de uma reunião de condomínio, aparecem à tela quase que implorando por votos, em programas que mais se assemelham a humorísticos.

Quem são eles? Quem são esses pretensos candidatos? Em geral são pessoas que não sabem nada de política. Uma corja de aventureiros, palhaços, hipócritas e sensacionalistas que vêem congresso e o senado como um local onde eles vão aprender a fazer política. Alguém, por favor, avise ao senhor Francisco Everardo Oliveira Silva (o vulgo Tiririca) candidato pelo PR, que o congresso nacional não é uma escola onde ensina a ser deputado. O deputado se faz na convivência do dia-a-dia. Da observação, e desejo de mudança, da vida ao seu redor. Agora, sou obrigado a agüentar um programa vexatório de um cidadão que vem dizer: “O que é que faz um deputado federal? Na realidade eu não? Mas vote em mim que eu te conto”. Senhor Everardo, não, o senhor não terá o meu voto e nem o de quem está compromissado com uma política séria. Candidatos como o senhor Everardo, encaram o plenário como um grande picadeiro, onde após a apresentação todos riem e batem palmas; são aclamados pelo público e pronto está cumprido o seu papel enquanto legislador. Talvez ele até sugerisse, como projeto de lei, o “Vale Riso”, assim toda a população estaria feliz, afinal.

Me pergunto o que seria se elegêssemos o Kiko do KLB e a Mulher Pêra (?). De uma coisa, ao menos, teríamos a garantia: festa é o que não faltaria. Depois chegaria o Maguila espancando a todos por não ter o seu projeto (?²) aprovado, culminado com o simpaticíssimo Ronaldo Ésper com a sua emenda constitucional a favor da mudança nos ternos de 4 para 3 botões.

A desmoralização para com a política nacional é tão grotesca que pseudo-personalidades se predispõem a papéis desse nível. Figuras excêntricas, sempre foram comuns em época eleitoral, o movimento que tem se intensificado é de celebridades de segundo calão tentarem migrar para o legislativo. Quem eles pensam que são? Por que tiveram, em geral, uma efêmera aparição na TV pensam eles que estão habilitados a legislar? O que se sabe de cada um deles: Do Kiko, apenas que participava de um grupo que fazia regravações de antigos “sucessos” e/ou versões de outros “sucessos”; Da “Mulher Pêra” conhece-se mais a bunda dela do que a tal. Estaria vindo aí mais um vale, dessa vez o “Vale Shortinho”? Enfim. Do Ronaldo Ésper sabe-se que é uma pessoa de personalidade difícil que arrumava com outras celebridades da mesma casta que ele e que estourava balões na TV [sic]; O senhor Maguila é tão famoso pelo boxe que lutou quanto pelas pérolas que vez ou outra solta aos quatro cantos; O Tiririca é aquele mesmo da música de refrão grudento e insuportável da década de 1990. São essas, meus caros leitores (alguém realmente lerá isso?), as credenciais que habilitam esses, e tantos outros, famosos de segundo calão à concorrer um posto no plenário do país que você vive. Pouca a pretensão deles, não é mesmo?

De hoje em diante, tamanha a palhaçada que se tornou a propaganda política, eu só assisto-a vestido à caráter: com um belo nariz de palhaço e batendo palmas a cada “celebridade” que aparece à tela, com a mesma intenção de quem sobe ao palco em um show: anima a platéia. Iniciei o texto com uma reflexão que me veio ao traçar um paralelo entre uma música do Engenheiros do Hawaii (Terceira do Plural) e o Horário Político Eleitoral. Sabem, tem uma outra música do Engenheiros que também dá para fazer um paralelo com o Horário Político. É a Outras Freqüências. Mas especificamente quando ele diz: “Mas nós, dançamos no silêncio, choramos no carnaval; Não vemos graça nas gracinhas da TV, Morremos de rir no horário eleitoral”.

Um comentário:

  1. Você não votou, não mora no estado de São Paulo, mas 1.353.820 de eleitores votaram. Protesto? Analfabetismo político? Não sei.....

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