Por André Andrade
Um grave problema endêmico que persiste em nosso meio e que tende a se agravar com a grande incidência das chuvas no verão é a dengue. Transmitida pelo Aedes aegypi, o mosquito “odioso do Egito” espalha a calamidade que mais atribula a vida da região pós-cacauicultora, depois da vassoura-de-bruxa. Certo é que todo ano existe essa apreensão de se viver uma pandemia regional devido aos altos índices de infestação do mosquito, todavia, quem provoca a possibilidade de reprodução do mosquito não deveria ser a verdadeira responsável por essa situação?
O mosquito é um bichinho irracional que por instinto, se alimenta de algumas gotículas humanas, e carregando o vírus da dengue, devido a sua condição genética, involuntariamente transmite o vírus da dengue. Quem permite a possibilidade de reprodução do vetor da dengue, deixando acumular águas em recipientes abandonados nas ruas, quintais e terrenos baldios é o chamado Homem da Sapiência. A ausência de escrúpulo de quem joga garrafas de bebidas pelas janelas dos ônibus, que deixa tonéis de águas descobertas, ou joga recipientes em terrenos abandonados propicia a formação de assassinos irracionais que matam sem culpa, sem consciência.
A proliferação do mosquito é a conseqüência da absurda irresponsabilidade humana que já se cansou de ouvir dos perigos da doença, mas que insiste em intentar negligentemente contra a própria vida. Estamos combatendo o inimigo errado. Temos de atentar contra a falta de consciência das pessoas. A figura do mosquito disfarçado em nosso meio em uma roda de samba, por exemplo, é uma forma errada de pensar o problema, e desencadeia uma forma errada de combatê-la. O alvo não é o mosquito, e a irresponsabilidade humana.
Deve-se fazer uma campanha em que demonstre a fonte primária do surgimento do mosquito, e atinja desta forma a consciência das pessoas. Deve-se também mostrar os resultados das faltas de responsabilidades tendo como maiores conseqüências a morte das pessoas, mostrando que evitando o acúmulo de água em recipientes, ou seja, gestos ínfimos podem fazer com que mortes possam ser evitadas.
Estamos numa guerra no qual os irracionais são os mandantes propiciadores do surgimento dos mosquitos, simples executores que agem por instinto, por bom senso da natureza.
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